Nesta semana vamos falar sobre os principais destinos europeus de arquitetura. Como existem MUITAS cidades que valem a pena sere visitadas no velho continente, o enfoque desta lista são aquelas com uma arquitetura contemporânea e moderna relevante. Portanto, não estranhe ausências como as de Roma, Florença ou Atenas!
Barcelona
Onde fica e porque?
Barcelona é um excelente destino para estudantes de arquitetura – e isso não se deve somente por suas festas, praias ou para ver a Sagrada Família. Localizada na Espanha, esta cidade apresenta vários exemplares de arquitetura contemporânea (ou moderna) importantes, que podem ajudar a inspirar tanto estudantes de arquitetura quanto arquitetos na hora de propor soluções de projeto.
2 Bons motivos para visitá-la
Plano Cerdá
Primeiramente, o plano urbano da cidade é, por si só, um atrativo que já justificaria a visita por parte de uma pessoa interessada em arquitetura. Planejado por Idelfons Cerdá, o Eixample (nome do plano idealizado pelo urbanista) previa uma expansão ordenada para a cidade, que até então não tinha muitos diferenciais em relação a outros exemplares europeus.
Constituído de uma retícula ortogonal, o plano Cerdá previa ruas cujas dimensões variavam de 20 até 60 metros, definindo quadras onde a altura máxima passível de ser construída seria de de 16 metros. O interior destas quadras, originalmente, deveria permancer livre de edificações, garantindo assim áreas verdes, insolação e ventilação aos prédios (infelizmente esta característica acabou não se mantendo ao longo dos anos). Outra característica interessante do plano de Cerdá era a presença de chanfros nas quadras, fazendo com que elas assumissem um formato de octágono. Eles eram justificados sob o pretexto de permitir maior visibilidade junto às esquinas.
O plano Cerdá previa quadras com chanfros de maneira a liberar as visuais junto às esquinas. Inicialmente também era imaginado que o miolo das quadras fossem áreas livres, o que acabou sendo desfigurado com o passar dos anos.
Pavilhão Barcelona
O segundo principal motivo para um estudante visitar Barcelona é o pavilhão projetado pelo grande mestre da arquitetura moderna, Mies Van der Rohe. Para se ter noção do nível de importância que este ícone da arquitetura possui, o mesmo foi desconstruído ao final da Expo Mundial de 1929 (era o pavilhão da Alemanha na época) e acabou reconstruído a partir da década de 80.
Existem várias características do pavilhão que podem ser adotadas por estudantes em seus projetos ainda hoje, notadamente a delimitação dos ambientes internos com apenas planos verticais, rompendo com aquela ideia de que as divisões espaciais entre os espaços devem ser sempre rígidas e estanques. A relação entre espaço interno e externo, presença de pátios, trabalho com texturas e materiais honestos e horizontalidade são outros aspectos inspiradores do pavilhão.
O pavilhão de Barcelona de Mies é um exemplo de como utilizar planos e a horizontalidade para definir espaços fluidos, sem compartimentação excessiva. Ele também se destaca pelo trabalho com texturas, cores e características dos materiais que o compõe.