Cores e História
06/02/2020 às 09:37 / Fonte Aline Montenegro / Por Aline Montenegro
A cidade do México guarda muitos elementos do seu passado azteca
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Encantadoramente diversificada, a paisagem da cidade do México
surpreende a cada esquina. Escolhemos a região da praça dos Mariachis para
hospedagem. Ali, era possível sentir a cidade que abriga mais de 123 milhões de
habitantes. Seu dia-a-dia e a vivência com o patrimônio cultural espalhado pela
cidade. Mas o México foi muito mais que isso!
A história da colonização espanhola sobre as civilizações pré-colombianas
está contada e demonstrada no centro da cidade, nas edificações de estilo
eclético e nas igrejas erguidas em estilo barroco. O mais incrível é que ainda
há resistência, porque ainda existem descendentes diretos dos povos Aztecas que
trabalham e residem na Cidade do México. É possível até ouvir dialetos.
Em meio a grandiosidade das construções barrocas, neoclássicas e ecléticas, vê-se o ponto de origem da Cidade do México – Tenochtitlán,
capital do império azteca – no Zócalo e Plaza Mayor, área central do roteiro
histórico. A origem de Tenochtitlán é
atribuída ao deus azteca Huitzilopochtli
que dizia que a capital seria construída no local onde eles encontrassem uma
águia comendo uma serpente. O símbolo da águia e da serpente continua
importante até hoje e faz parte da bandeira do México.
A ruínas deixadas pelos mexicas (aztecas) e iniciadas por
outras civilizações (olmecas, toltecas, teotihuacanos, zapotecas e maias) que
ergueram uma suntuosa cidade, hoje, está abaixo das ruas e ainda é possível se
apreciar o processo de escavação para emergir o que foi sucumbido pela
conquista espanhola. O embasamento das edificações, das igrejas por exemplo,
são as bases das pirâmides que foram construídas por essas civilizações.
A história dos povos pré-colombianas é muito importante. A herança arquitetônica das pirâmides pode ser apreciada em Teotihuacan,
o centro urbano da mesoamérica pré-colombiana, a nordeste da atual Cidade do
México, onde se vê pirâmides significativas, além de complexos residenciais
multifamiliares e o desenho da urbanização delineada pela Avenida dos Mortos,
seccionando a cidade pelas castas de forma social e econômica. Teotihuacan foi estabelecida
por volta de 100 a.C. construída continuamente até aproximadamente 250 d. C.
Percebe-se que a cidade foi desaparecendo e parte das construções
estão sob o solo, depois de invasões, saques e guerras.
A mais famosa pirâmide
é a Pirâmide do sol (sendo a terceira maior do mundo em altura). Construída no
séc. II d. C situa-se no lado leste da Avenida dos Mortos, na metade norte da
cidade, que é considerada o centro de Teotihuacan. Ela está voltada para o
oeste de modo que no solstício de verão, o sol se põe exatamente na sua frente.
Tem 225m de lado, 65m de altura. É possível subir ao topo por uma escadaria em
pedras bastante íngreme. uma escadaria cerimonial que conduz ao cume onde
existia um templo para realizar sacrifícios e oferendas aos deuses,
infelizmente destruida juntamente com a parte mais alta da pirâmide. A pirâmide
da lua tem uma altura de 45 m e está situada a norte encabeçando a Avenida dos Mortos.
O México tem muitos museus, e a visita ao Museu de
Antropologia para entender a história das grandiosas civilizações que deram
origem à Cidade do México para apreciar, entre as obras, artefatos
pré-colombianos de uma riqueza imensurável é obrigatória. A arte de Diego
Rivera, importante artista do país e bastante enaltecido, política e
artisticamente está exposta em vários museus da cidade entre eles o Palácio das
Artes e o Museu Nacional de Arte do México.
As cores do México, expressas
na profícua obra de Frida Kahlo, companheira de Diego Rivera, estão presentes
em sua residência, La Casa Azul, localizada em Colonia del Carmen, em Coyoacán,
na porção sul da cidade do México, numa área de vanguarda intelectual da década
de 1920. A casa, como a maioria das outras estruturas no bairro, é construída
em torno de um pátio central com um jardim, uma tradição desde os tempos coloniais.
Ao
assistir o filme Frida, vi um passeio romântico que ela fizera com seu
companheiro Diego Rivera e, assim, fomos conhecer Xochimilco, situada na
parte central da
capital Mexicana. O nome da cidade deriva dos vocábulos náuatles xōchi (flor), mīl (milpa, campo
cultivado) e co (local), que combinados significam local de cultivo de
flores ou milpa de flores.
Xochimilco é popularmente conhecida pela
sua extensa rede de canais que restou do antigo Lago Xochimilco e onde se pode
passear nas coloridas trajineras
identificadas com nomes femininos. Detalhe que, ao fazer o passeio, todas as
mulheres ganham rosas.
Surreal é a palavra que descreve esse passeio. E de romântico,
passou a ser uma pitoresca navegação por um congestionado canal onde se via de
tudo: famílias que vivem do comércio sobre a água, mariachis e suas lindas
cantorias e vestimentas, restaurantes flutuantes com iguarias picantes e festas
sobre os barcos (super recomendo!!).
Descobrimos ainda mais cores na vida, na cultura, na culinária
apimentada, e a tequila? Ficou para a próxima viagem!